sexta-feira, 20 de agosto de 2010

FESTAS FRUSTRADAS

Este post talvez estivesse mais em casa na seção AUTOBIZARROGRAFIA do meu outro blog, mas, como os dois estiveram diretamente envolvidos com os acontecimentos, achei mais pertinente colocar aqui (até para que eles não se esqueçam nunca do pai que têm).

Como toda criança, eles são chegados numa festa e, sempre que pinta uma, fazemos questão de ir. Mas isso não aconteceu duas vezes. E em ambas as vezes fui mais ou menos responsável por isto.

A primeira foi na festa do filho de um amigo de agência, num buffet infantil. Confirmei a presença na festa, compramos presente e eu ainda comentei para a Carla – que tem uma confecção infantil – que toda festa é uma grande oportunidade de “mostrar o portifólio”. Por isso, sugeri que ela fizesse duas camisas bem bacanas para que os molex arrasassem na festinha, causando interesse das mães presentes. Esperto, né?

Claro que fui sugerir isso na noite anterior à festa, o que obrigou a Carla a ficar até de madrugada costurando, mas enfim o resultado ficou espetacular.

Sábado, acordamos tarde, fomos almoçar e vestimos os molex com suas camisas novas e transadas. A Carla me perguntou o horário da festa e o convite estava no carro, mas eu lembrava de ter visto "16h00", mas achei que seria meio deselegante ser o primeiro a chegar. Então decidimos sair de casa umas 16h15, porque o local da festa era relativamente perto.

Enrolamos um pouco e, no horário combinado, descemos até o carro, prometendo horas de diversão e alegria com um monte de brinquedos para os dois, que olhavam para nós com os olhinhos brilhando.

Entramos no carro e eu peguei o convite para confirmar o endereço e vi o horário da festa. De fato, eu tinha visto 16h00 no convite, mas este era o horário de ENCERRAMENTO da festa. Ela começava 12h00.

Esperando que a Carla e os molex vissem o lado engraçado da história, informei este infeliz infortúnio a todos no carro, e fui recepcionado por um silêncio sepulcral. No caso da Carla, este silêncio se estendeu pelo resto do dia, a não ser por um resmungos dos quais eu pinçava algumas palavras tipo “madrugada”, “costurando”, “irresponsável” e algumas outras coisas que não posso publicar neste blog.

Aparentemente ninguém mais viu o lado engraçado da coisa.

A outra ocorrência foi quando um amigo meu– que morava em Curitiba, mas vinha com frequência para São Paulo – me mandou um e-mail nos convidando para o chá de bebê dele. Pena que não tenho o convite ainda, porque não lembro exatamente o endereço, mas me recordo que era num apartamento (11º andar) no bairro de Ecoville, que é um residencial no quilômetro 42 da Rod. Castello Branco (sentido Itu).

Como passo em frente ao condomínio toda vez que vou visitar meus pais em Mairinque, fiquei feliz em finalmente ter a oportunidade de brincar nos verdes gramados de Ecoville com a criançada, então lá fomos nós no dia da festa (tive que convencer a Carla a ir porque ela estava lotada de trabalho naquele fim de semana, mas ela eventualmente sacrificou o dia de produção e aceitou.)

40 minutos depois de sairmos de casa, aportamos na portaria do condomínio. O segurança me perguntou em que lote eu ia e eu respondi o nome da rua e o número do prédio.

Ele nos olhou confuso por um instante e nos disse que aquela rua não existia. Mostrei o convite e ele falou que Ecoville era aí mesmo, mas que ele desconhecia a rua e achava curioso o fato de ser um apartamento – ainda mais no 11º andar – já que o lugar era um RESIDENCIAL em que era proibida a construção de edifícios.

Até faz sentido, porque quem é que iria se mudar para fora de Sampa, buscando qualidade de vida e verde, PARA SE ENFIAR NUM PRÉDIO DE APARTAMENTOS COM MAIS DE 11 ANDARES, NO MEIO DO NADA.

Tentei ligar para meu amigo, mas ele não atendeu e acabamos voltando para casa, de novo no MAIS COMPLETO SILÊNCIO.

A única coisa que a Carla falou a viagem toda foi “de novo... de novo...”

Chegando em casa, pesquisei na internet o endereço e... surpreendentemente, descobri que existe um bairro chamado Ecoville EM CURITIBA.

Claro que, pensando agora, não faz muito sentido alguém que mora em Curitiba e que fica na casa dos pais – no Campo Belo – quando vem pra São Paulo, decidir fazer o chá de bebê dele num condomínio em ARAÇARIGUAMA.

Mas sei lá. Na hora me pareceu uma boa ideia.

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