sábado, 30 de abril de 2011

PRAGMATISMO PASCOAL

Mais uma da Páscoa, esta mais sintética que o post anterior.

Voltávamos de um almoço pascoal no domingo com minha cunhada, que mora em Salvador e veio passar o feriado aqui em São Paulo.

Tendo ganho ovos, presentes e chocolates de todo mundo, ela comentava no carro sobre como faria para levar tudo isso de volta no avião.

"Nossa... ganhei tantos ovos que nem sei onde vou enfiar isso tudo..."

A isso, nosso solícito Tony veio com uma boa ideia (pelo menos para ele):

"Ué! Enfia no meu quarto!"

Claro que ele deve ter falado isso só para evitar que ela tivesse excesso de peso na viagem de volta...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

ENQUADRANDO O COELHO DA PÁSCOA

Fresquinha que aconteceu na Páscoa, semana passada (foi semana passada? A semana foi tão intensa em termos de trabalho que perdi completamente a noção do tempo...)

Já havíamos falado sobre a existência ou não do simpático Coelhinho da Páscoa há tempos (contei neste post aqui), e pelo andar da carruagem, eu sinceramente achava que um ano depois já não restariam dúvidas quanto ao tema.

E minha suspeita quase se confirmou no sábado à noite, quando fui dar boa noite aos molex.

Como sempre faço, deixei uma cenoura para o coelho na sala, uma singela gentileza ao pequeno mamífero logomorfo que, por algum motivo, contraria as leis do espaço e do tempo para distribuir milhares de toneladas de ovos de chocolate por todo o mundo, num inacreditavelmente IMPROVÁVEL período de 24 horas.

Ao sair do quarto dos molex avisei que a cenoura estava preparada para a visita e o seguinte papo se sucedeu entre nós:

"(suspiro)... Daddy... o coelho não existe..."
"Como não? Quem é que traz ovos de chocolate para vocês todos os anos?"
"Ué... você, né?"
"Mas vocês estiveram comigo o dia todo! E voltaram pra casa comigo. Viram algum ovo?"
"Não. Mas você escondeu."
"Onde? No bolso?"
"Não... mas algum lugar escondeu."
"Bom... então vocês não vão se importar se eu jogar fora a cenoura que deixei pro coelho, né? Afinal, ele não existe mesmo..."
"Não! Melhor deixar lá... já que você deixou mesmo..."

Então deixei a cenoura por lá e, após alguns minutos, os dois aprendizes de cético estavam dormindo profundamente.

Aí, de manhã, como que por mágica, os garotos encontraram ovos de chocolate ao pé da cama e comentaram o ocorrido entre si com evidente fascínio.

Além dos ovos, eles detectaram também alguns tufos de pelo de coelho - algo que algum detetive forense poderia imaginar se tratar de algodão desfiado - formamdo uma espécie de rastro até a sala, onde estava um prato vazio. Mais tarde, viríamos perceber fiapos brancos também na janela da sala, talvez indicando a rota de entrada do magnífico leporídeo pascoal?

Levantei da cama e fui ver o que estava acontecendo e o Tony veio falar comigo, segurando o ovo nas mãos.

"Daddy! Sabe que eu VI o coelho ontem?"
"Viu?!"
"Sim. Ele entrou no meu quarto."
"E por que você não me chamou?"
"Ah... deu preguiça..."
"Mas como ele era?"
"Hm... meio... pequeno. E branco... meio que um coelho normal."
"E ele falou com você?"
"Não. Deixou os ovos e foi embora."

Com isso o Tony se virou e foi até a sala abrir seu ovo para começar o dia com uma generosa porção de cacau e açúcar. E eu fiquei matutando no que ele havia me dito...

Das duas uma: ou ele ainda acredita na história do Coelho, ou então acha que eu sou tão BURRO que, mesmo sabendo que o coelho sou EU MESMO, ainda vou acreditar que ele viu um de verdade no quarto dele entregando os ovos.

Espero que seja a primeira opção…

sábado, 16 de abril de 2011

CENTOPEIA QUENTE

As coisas que a gente tem que fazer pra tornar a hora do jantar mais interessante...

(em tempo, roubei a ideia do genial MustHaveCute)


DUE BAMBINI ANGLO-BRASILIANI

Antes dos molex nascerem, perguntei a um psicólogo se minha ideia de falar com eles só em inglês seria algo nocivo para o processo de aprendizado deles. Fiquei com medo de que isso pudesse confundir as coisas bem na hora em que eles mais precisassem de referências para fortalecer suas conexões neurais.

O psicólogo me garantiu que não, informando que as crianças alocariam os dois idiomas em locais diferentes do cérebro, minimizando a possibilidade de confundir um com o outro.

De fato, eles sabem que comigo o idioma é o inglês e que com a Carla é o português, o que, claro, não os isenta de improvisar de vez em quando (como vocês podem relembrar neste post aqui).

Mas nada me prepararia para chegar em casa outro dia e ouvi-los cantando a seguinte música alegremente no quarto deles:

"(Uh! Ah! Eh!) Trema la terra,
(Uh! Ah! Eh!) Palpita il mare,
(Uh! Ah! Eh!) C'è chi si ribella sull'isola di Gorm!

Entra nel mondo di quei quattro amici
che adesso sono signori Gormiti,
perchè la vita incontra il destino così!"

Certos de que eles não haviam de repente se matriculados num curso intensivo de italiano, fui para o quarto perguntar de onde eles haviam aprendido a cantar assim, e a resposta foi ainda mais surpreendente: da internet.

Parece que existe uma série de desenho animado chamada "Gormiti, os Senhores da Natureza", que passa na TV Globinho. Fãs da série, ambos foram atrás de episódios no YouTube (com supervisão da Carla, claro).

Acontece que a série é originalmente italiana - se chama "Gormiti Il Ritorno Dei Signori Della Natura" - e, consequentemente, a esmagadora maioria dos vídeos postados no YouTube estão em italiano. Aos que tiverem estômago de conferir, posto o vídeo abaixo:



Achei bacana que o fato de o vídeo ser em italiano não impediu os molex de assistirem à abertura no computador de novo e de novo e de novo... até memorizarem a música inteira, tudo EM UM IDIOMA QUE ELES NÃO ENTENDEM.

Vou sugerir à escola deles que comecem a administrar as aulas de matemática em italiano. Quem sabe assim eles não aprendem?

sábado, 9 de abril de 2011

PARAÍSO INTERDITADO

Tive uma semana do cão em termos de trabalho, o que significou poucas horas em casa, e as poucas que tive foram durante a madrugada.

Mas o fato de não ter tido praticamente nenhum contato com os molex não significa que não tenha ocorrido algo digno de postagem.

Era quinta-feira, umas 22h00 e eu estava no trabalho. De repente a Carla apareceu online no msn e me informou que o Tony havia a procurado para perguntar se eu demoraria para chegar em casa.

É sempre bom saber que sua falta está sendo sentida pelos seus filhos, então segui o relato dela com atenção. Segue o papo:

"Mamãe, o Daddy vai demorar pra chegar hoje de novo?"
"Sim, Tony... ele está com muito trabalho..."
"Oba!!!"
"Oba?! Por que oba?!"
"Hm... nada, nada... Nick? Vem aqui comigo um segundo?"

Aí foram os dois para fora da sala, seguidos discretamente pela Carla, que queria entender o motivo dessa desconcertante alegria. Eles falavam quase aos sussurros, mas os atentos ouvidos dela captaram o Tony dizendo:

"Agora a gente vai poder brincar com os carrinhos do Daddy!"*

Sabendo do apreço que tenho pela coleção de miniaturas, a Carla interviu:

"Ei! Nada disso! Você sabe que o Daddy não deixa brincar com os carrinhos, né?"
"Sim... mas ele não tá aqui!"
"Não importa. Ele não deixa e confia em vocês. Você quer que ele perca a confiança que tem em vocês?"

A isso, o Tony levantou os ombros de maneira blasé e disse:

"Bom, EU nunca combinei com ele pra confiar em mim..."

Ou seja, se eu quiser confiar nos meus filhos, tudo bem. Só não é pra vir jogando isso na cara quando eles pisarem na bola.


* Para quem não sabe o que são os "carrinhos do Daddy", vale ler este post aqui.

domingo, 3 de abril de 2011

QUASE-REGISTROS DE UMA ÉPOCA

Ontem os molex fizeram uma apresentação na escola. É a chamada manhã literária que ocorre uma vez ao ano.

Em linhas gerais, o evento é constituído por apresentações de cada uma das turmas, em que os alunos recitam poesias e cantam músicas.

Para poder filmar e fotografar o evento da maneira menos estressante possível, me posicionei em meio a pais e mães munidos de suas câmeras na parte de trás do auditório, no local mais central possível, e esperei pela vez dos molex.

Quando eles subiram no palco, me preparei para registrar o momento para a posteridade.

E agora vamos a um desafio, para que vocês que não são pais consigam entender o quanto esta tarefa é incrivelmente árdua.

Segue uma foto da primeira parte da apresentação (desculpem a qualidade da imagem, mas ela foi tirada do vídeo).

Desafio 1. Achem o Tony:

Os mais atentos já devem ter encontrado o Nick (é o segundo da direita para a esquerda), mas e o Tony? Alguém se habilita a chutar o lugar em que ele passou TODA A PRIMEIRA PARTE DA APRESENTAÇÃO?

Segue a resposta:





(interessante notar que, por ser o aluno mais alto de sua turma e ter sido colocado ao lado da menina mais baixinha, o Tony precisou contar com a sorte e astúcia para conseguir se esconder atrás do saco de papel que ela colocou na cabeça)

Enfim, primeira parte da apresentação terminada, vamos ao segundo desafio. Depois da poesia, chegou a hora da música e todos se posicionaram no palco para cantar uma canção chamada "Dinheiro".

Bem no centro do palco, colocaram uma árvore com notas de dinheiro penduradas nos galhos e os alunos ficaram em volta dela para cantar a música.

Desafio 2. Achem o Nick:

Este desafio é mais difícil que o primeiro, então dei um zoom maior na imagem e, como consequência, o Tony não aparece nela.

Mas, se mesmo assim você ainda não conseguiu localizar o Nick na foto, aqui vai a resposta:





Pois é.

De verdade, é muito, MUITO difícil pensar que eles não fazem isso de propósito.