quinta-feira, 28 de abril de 2011

ENQUADRANDO O COELHO DA PÁSCOA

Fresquinha que aconteceu na Páscoa, semana passada (foi semana passada? A semana foi tão intensa em termos de trabalho que perdi completamente a noção do tempo...)

Já havíamos falado sobre a existência ou não do simpático Coelhinho da Páscoa há tempos (contei neste post aqui), e pelo andar da carruagem, eu sinceramente achava que um ano depois já não restariam dúvidas quanto ao tema.

E minha suspeita quase se confirmou no sábado à noite, quando fui dar boa noite aos molex.

Como sempre faço, deixei uma cenoura para o coelho na sala, uma singela gentileza ao pequeno mamífero logomorfo que, por algum motivo, contraria as leis do espaço e do tempo para distribuir milhares de toneladas de ovos de chocolate por todo o mundo, num inacreditavelmente IMPROVÁVEL período de 24 horas.

Ao sair do quarto dos molex avisei que a cenoura estava preparada para a visita e o seguinte papo se sucedeu entre nós:

"(suspiro)... Daddy... o coelho não existe..."
"Como não? Quem é que traz ovos de chocolate para vocês todos os anos?"
"Ué... você, né?"
"Mas vocês estiveram comigo o dia todo! E voltaram pra casa comigo. Viram algum ovo?"
"Não. Mas você escondeu."
"Onde? No bolso?"
"Não... mas algum lugar escondeu."
"Bom... então vocês não vão se importar se eu jogar fora a cenoura que deixei pro coelho, né? Afinal, ele não existe mesmo..."
"Não! Melhor deixar lá... já que você deixou mesmo..."

Então deixei a cenoura por lá e, após alguns minutos, os dois aprendizes de cético estavam dormindo profundamente.

Aí, de manhã, como que por mágica, os garotos encontraram ovos de chocolate ao pé da cama e comentaram o ocorrido entre si com evidente fascínio.

Além dos ovos, eles detectaram também alguns tufos de pelo de coelho - algo que algum detetive forense poderia imaginar se tratar de algodão desfiado - formamdo uma espécie de rastro até a sala, onde estava um prato vazio. Mais tarde, viríamos perceber fiapos brancos também na janela da sala, talvez indicando a rota de entrada do magnífico leporídeo pascoal?

Levantei da cama e fui ver o que estava acontecendo e o Tony veio falar comigo, segurando o ovo nas mãos.

"Daddy! Sabe que eu VI o coelho ontem?"
"Viu?!"
"Sim. Ele entrou no meu quarto."
"E por que você não me chamou?"
"Ah... deu preguiça..."
"Mas como ele era?"
"Hm... meio... pequeno. E branco... meio que um coelho normal."
"E ele falou com você?"
"Não. Deixou os ovos e foi embora."

Com isso o Tony se virou e foi até a sala abrir seu ovo para começar o dia com uma generosa porção de cacau e açúcar. E eu fiquei matutando no que ele havia me dito...

Das duas uma: ou ele ainda acredita na história do Coelho, ou então acha que eu sou tão BURRO que, mesmo sabendo que o coelho sou EU MESMO, ainda vou acreditar que ele viu um de verdade no quarto dele entregando os ovos.

Espero que seja a primeira opção…

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