
Na véspera da última Páscoa, como de praxe preparei um “lanche” para a chegada do Coelho – essencialmente uma cenoura – e fui até o quarto dos moleques para deixar o pratinho com a recompensa pelo gesto caridoso de trazer OVOS DE CHOCOLATE para eles.
Sempre fiz isso, mas acho que, conforme a criança vai crescendo, a ideia de um COELHO MÁGICO aparecendo no meio da noite dentro do seu quarto começa a perder a aura de fantasia e adquire um tom mais sombrio, condizente com o desenvolvimento do raciocínio do jovem.
Por exemplo, começam a aparecer questões do tipo “como é que este coelho entra em casa desapercebido se ele nem ao menos tem a chave de casa?” Ou “como é que ele carrega as dezenas de milhões de ovos de Páscoa que tem que entregar e ninguém o vê?” Ou ainda “o que eu faria se acordasse sozinho no meio da noite e me deparasse com um coelho gigante de olhos vermelhos me encarando na penumbra?”
Talvez por isso, ao me ver com a cenoura, o Tony me sugeriu que eu não deixasse o lanchinho do coelho no seu quarto, mas na sala.
“Hm... aqui não... acho que é melhor na sala... com a porta fechada. Ah, e por favor TRANCA A PORTA DA SALA.”
Ou seja, tudo bem o Coelho vir me trazer ovos de chocolate, mas desde que MANTENHA DISTÂNCIA SEGURA.
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