quinta-feira, 9 de setembro de 2010

QUANDO OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS

Certas ideias só são boas até a página 2, mas a maioria das pessoas que embarca nelas só percebe isso quando já passou pela página 1.

Um destes casos foi quando o Tony apareceu chorando copiosamente em casa outro dia, carregando uma chave philips na mão (para quem não lembra o que é uma chave philips, é a que está na foto ao lado).

Ao indagar sobre o motivo do choro, percebemos que havia sangue na sua boca e nos apressamos para ver o que tinha acontecido.

Abrimos a boca dele cuidadosamente e detectamos um pequeno furo bem no meio do céu da boca. Deduzimos no ato que ele estava andando pela casa com a chave philips na boca e havia tropeçado ou batido em algum lugar (tivemos que deduzir porque, com o chororô todo, ele não estava sendo particularmente esclarecedor).

Mas aí percebi um detalhe curioso: na haste metálica da ferramenta havia uma folha A4 dobrada várias vezes. Era como se alguém tivesse usado a chave philips para atravessar todas as dobras do papel de uma vez.

Alguns minutos depois, com mais calma e recuperado do susto, o Tony nos contou o que havia ocorrido.

Ele tinha dobrado a folha várias vezes e queria fazer um furo transpassando o calhamaço todo. Encontrou a chave philips e tentou furar sem sucesso porque a grande quantidade de dobras no papel tornava a operação muito difícil.

Aí ele percebeu que podia simplesmente segurar o papel dobrado entre os dentes – com muito mais firmeza – e utilizar a chave philips com ambas as mãos para fazer o furo.

Deve ter parecido uma ideia brilhante até a hora em que a chave philips de fato furou o calhamaço de papel e continuou seu trajeto boca adentro até se alojar no céu da boca do Tony.

A Carla acredita que este raciocínio até certo ponto peculiar é decorrente da minha contribuição genética na “produção” dos molex. Mas em defesa do Tony, o objetivo não era furar o papel? Pois então. Deu certo!

2 comentários:

  1. cara...q irresponsabilidade a sua em repassar esse gene do raciocinio charliniano para duas crianças indefesas....
    temo pelo futuro da humanidade a partir de agora...

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  2. Pelo menos a catástrofe está sendo devidamente documentada.

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