“Oh não! De novo! EU ODEIO ELES! ODEIO!”
Em choque, olhei para a rua e vi que ele apontava para um caminhão da Sabesp, mais precisamente para o motorista e passageiro, que por sorte não estavam olhando para nós.
O Nick continuava contundente em demonstrar seu desprezo e indignação, então achei prudente pará-lo com um sonoro “SHHHHHHHHHH!!” enquanto olhava para a Carla em busca de um esclarecimento.
Aparentemente, o Nick anda sendo “seguido” pela Sabesp. Para onde quer que ele olhe, sempre acaba dando de cara com algo ostentando o logo da companhia – caminhões, placas, prédios, etc., e, como consequência, ele desenvolveu uma espécie de antipatia paranóica pela instituição.
Claro que os dois funcionários da Sabesp não tinham nada com isso, então fiquei feliz quando o farol abriu e o caminhão pôde seguir seu caminho sem que ninguém tivesse percebido o acesso de fúria daquele menininho de 7 anos.
Achei engraçado, mas fico pensando no que eu faria se estivesse calmamente parado no meu carro e de repente visse um garotinho apontando para mim e urrando que me odiava a plenos pulmões. Não sei se colaria a desculpa de que não era nada pessoal, mas que ele havia desenvolvido uma paranóia em relação à empresa na qual trabalho. Sei lá.
De qualquer forma, nada disso aconteceu e pudemos voltar ao nosso almoço em paz. E aí o Tony olhou para o Nick e disse, em tom de bronca:
“Eu acho muito feio você odiar a Sabesp. Porque ela garante a nossa sobrevivência.”
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