Junho é sinônimo de Festa Junina e, pra quem é pai, sinônimo de GASTAR DINHEIRO EM QUERMESSE ESCOLAR.
E, claro, para quem é pai de gêmeos, estes custos são dobrados.
Mas o que me irrita é pensar que, tivessem os molex um pouquinho que fosse de boa vontade, talvez isto não fosse tão contundente no meu bolso.
Não pelo que eles gastam na festa em si, porque nada mais natural do que comer todas as guloseimas e participar de todas as brincadeiras. Faz parte e é divertido partilhar essa diversão com eles.
Estou falando do que antecede a festa: a famosa rifa.
Fiquei sabendo numa quinta-feira à noite que a Festa Junina deles seria no sábado seguinte, menos de dois dias depois.
Perguntei se haveria apresentação, coisa e tal, e ambos me informaram que sim, mas que o importante era eu comprar uma rifa deles, porque o prazo para a entrega dos canhotos era na sexta, àquela altura conhecida por AMANHÃ.
Inocentemente, perguntei quantas eles já haviam vendido, me predispondo a comprar as 3 ou 4 folhinhas que eles não tinham conseguido vender para amigos, amigas, primos, tios, avós, professores, vizinhos, conhecidos, etc.
Como eu esperava, a resposta foi “3”.
Só que, após um breve momento de alivio, descobri que o “3” não se referia à quantidade que faltava, mas sim à quantidade VENDIDA.
De posse dos carnês por um período de 3 ou 4 semanas, os garotos haviam realizado a proeza de vender TRÊS míseras rifas, restando para este pai compreensivo a tarefa de desembolsar o que faltava para arrematar as demais 17 rifas (a custo de R$ 3,00 cada).
Ao pegar minha carteira para efetuar o pagamento, deliberei sobre quem tinham sido os 3 generosos compradores que haviam contribuído para o evento dos molex, e peguei os carnês para ver os nomes.
E qual não foi a minha surpresa ao descobrir que os tais “generosos compradores” eram eu, minha esposa e minha sogra.
Ou seja, não só eu teria que pagar as 17 rifas que faltavam, eu ainda teria que pagar as 3 que “eu” já havia adquirido.
Resumo da ópera: paguei R$ 60,00 e os dois puderam ir para escola no dia seguinte com seus carnês integralmente vendidos, no que deve ter parecido uma demonstração de distorcidos valores familiares: nem precisa se esforçar para vender, filhão, porque o Papai compra tudo pra você!
Ao chegar em casa na sexta, a boa surpresa: a festa não era naquele sábado, mas no SEGUINTE. Reclamei:
“Não acredito! Eu comprei todas as rifas e vocês ainda tinham uma semana inteira para tentar vender?!”
Ao qual eles responderam, me tranquilizando:
“Tudo bem, Daddy! Não tem problema! A gente pega mais rifas para você comprar!”