sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ESTANDO BOM PARA A MINHA PARTE...

Post rápido para exemplificar o processo de negociação de uma criança de 7 anos.

Para evitar que os molex fiquem colados na televisão jogando videogame 24 horas por dia, 7 dias por semana, estipulamos uma regra que limita os joguinhos ao fim de semana.

Com isso, durante a semana, eles acabam descobrindo formas alternativas e mais saudáveis de passar o tempo, como ler, desenhar, brincar, etc.

Lógico que isso não os impede de ter vontade de jogar e, consequentemente, tentar achar maneiras de burlar as regras.

Um exemplo é o seguinte papo do Tony com a Carla:

“Mamãe... você sabe que hoje eu não posso jogar videogame né?”
“Isso. Só na sexta-feira.”
“Então... queria fazer um ACORDO com você.”
“Diga lá.”
“Então... hoje é quarta, aí você deixa a gente jogar o videogame só hoje...”
“OK... e aí?”
“Aí hoje a gente joga.”
“Sim. E no sábado vocês não jogam?”
“Sábado?”

“Isso. Vocês jogam hoje e no sábado vocês não jogam? É isso?”
“Não. Sábado a gente pode jogar videogame!”
“Eu sei. Mas concorda que hoje é quarta vocês não poderiam jogar?”
“Sim mamãe... (suspiro) ... e é por isso que estou fazendo um ACORDO com você.”
“Entendi. Então o seu acordo é que em vez de jogar só no fim de semana, você quer jogar hoje também.”
“Isso!”

E, com isso, aprendi uma nova definição para a palavra "acordo".

Acordo: s. m.: combinação ou pacto entre dois ou mais indivíduos, caracterizado por proporcionar vantagens e/ou benefícios exclusivamente a uma das pessoas envolvidas. Ex. Vamos fazer um acordo: se der cara, eu ganho, mas se der coroa eu ganho também.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

RA-TIM... BOOOOOOOOOOOOOOOOOM!!!!!!!

Pode ser meio difícil de identificar o que está sendo mostrado nesta foto, mas trata-se de um detalhe do teto da sala do nosso apartamento.

O que, à primeira vista, pode parecer os restos mortais de pernilongos esmagados impiedosamente contra a parede, na verdade são marcas de biribinhas.

Na foto, vocês enxergam um detalhe, mas o fato é que nosso teto contabiliza uma dezena de marcas geradas pela explosão daqueles pequeninos pacotinhos recheados de pólvora, que as crianças normais jogam NO CHÃO.

Não sei o que levou os dois a causar estes estouros da maneira mais difícil possível - sem o auxílio da providencial força da gravidade - mas o fato é que lá estava meu teto salpicado de pólvora e isso acabou me lembrando de outro episódio, desta vez NÃO protagonizado por eles, mas que acho digno de postagem neste blog.

A ocasião era o aniversário dos dois e optamos por uma festinha mais intimista, dentro de casa, com familiares e alguns poucos amigos.

Para animar a festa, a Carla havia comprado o que ela definiu como "um tubinho que solta serpentina e confete, tipo aquelas garrafinhas de plástico que soltam aquelas tiras de papel colorido, que você compra lá na 25".

Achei bacana e, na hora do parabéns, ela sacou o tubinho - um cilindro de papelão grosso de uns 30cm - e se posicionou para lançar os inofensivos pedacinhos de papel por cima de todos que aplaudiam nossos filhos.

Quando vi o tamanho do tubo, olhei para a prima da Carla, que estava ao meu lado, e comentei:

"Não sei... acho que isso talvez não seja uma boa id-" e, antes que pudesse completar a frase, vi a Carla torcendo o tubo e ouvi um BOOOM!!! ensurdecedor ecoando pelo apartamento.

Ao ser acionado, o tubo havia liberado uma enorme quantidade de energia e pedaços de papel compactados contra o teto, com uma violência que deve ter feito nossos vizinhos de cima se perguntarem se não estava ocorrendo um abalo sísmico.

A massa compactada que estava dentro do tubo explodiu ao atingir o teto, como se fosse um tiro de 12 contra um muro, e uma enorme quantidade de papel picado e fiapos do que algum dia tinha sido serpentina ricochetearam imediatamente para baixo, dando um bombástico e apoteótico fim à esperada "chuva de confete e serpentina" numa breve fração de segundo.

Fora o choque - e aquela desconcertante sensação de quase-morte - a cena toda foi muito divertida e os molex adoraram.

Aí, depois de varrermos o que parecia um lote de 20 toneladas de papel picado da nossa sala, fui ver de perto a arma que havia ocasionado o incidente. E lá estavam as instruções, o modo de usar, o fabricante e, um pouco menor, um item que talvez merecesse maior destaque na embalagem:

"Arremessa papel picado e serpentina a uma altura de 20 METROS".

Definitivamente precisamos aumentar nosso pé direito antes de dar outra festa.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

TCHAU PAPAI! VAMOS SENTIR SUA FALTA!

Passamos minha última semana de férias em Ubatuba, na incrivelmente aconchegante casa dos tios da Carla.

Tendo que voltar ao trabalho na segunda, dia 24 de janeiro (o dia 25 era um feriado, mas não emendamos), achei justo que os molex e a Carla tivessem a chance de aproveitar mais um dia de piscina, praia e sol, então decidi voltar para São Paulo antes deles.

Chegando a hora da minha partida, os dois se jogavam alegremente na piscina enquanto eu arrumava minhas malas, com o coração partido.

Cheguei até a beira da piscina e chamei meus filhos para a dolorosa despedida e ambos olharam para mim, inicialmente confusos e, depois de um instante com os olhos arregalados por terem se dado conta da importância daquele momento.

Os dois subiram para fora da piscina e eu me agachei para abraçá-los, sabendo que o momento provavelmente estava sendo tão duro para eles quanto para mim.

E aí os dois pararam a meio metro de mim e me disseram:

"Já que você vai pra São Paulo, você pode comprar uns jogos pro nosso Playstation?"

Os dois começaram a discutir entre si quais os jogos mais interessantes, até que eu os interrompi:

"Ei! Estou indo embora não para comprar jogos! Estou indo só porque tenho que trabalhar! Vou chegar tarde em casa e amanhã estarei no escritório o dia todo!"

Eles fingiram entender o momento emotivo, me deram um abraço molhado e se jogaram de novo na piscina enquanto eu encarava a longa e tortuosa viagem para casa.

Ao chegar, exausto, liguei para a Carla e não obtive resposta. Insisti durante algum tempo, mas só consegui estabelecer o contato horas depois, quando ela me ligou a quase uma da manhã.

Ela me informou que o Nick havia se queixado de fortes dores no ouvido e que todos tinham passado algumas horas no pronto-socorro de Ubatuba até que o pobre rapaz fosse devidamente medicado.

Ao me certificar com ela de que tudo estava bem, pedi para dar boa noite aos dois. O Nick, mesmo debilitado pelo suplício da otite, foi solícito e me desejou boa noite.

Aí o Tony ficou na linha e, ao pegar o telefone, me perguntou logo de cara se eu havia comprado os jogos que ele tinha solicitado.

Expliquei que não, porque a viagem havia sido longa e que já era mais que meia-noite, hora em que todas as lojas estavam fechadas, e ele imediatamente me respondeu, num tom um tanto quanto sarcástico:

"Estranho... sabe que nós estávamos no centro de Ubatuba agora pouco e estava TUDO ABERTO?"

Ou seja, não bastava eu ter cortado minhas férias com a família, viajado sozinho até São Paulo, pedido uma pizza meia-boca só para tapear a fome e me preparado para ir dormir melancólico, sabendo que eu teria que trabalhar numa segunda-véspera-de-feriado enquanto o resto da minha família estaria rolando na areia da praia.

Eu ainda teria que ir para a cama sabendo que meus filhos achavam que eu estava fazendo um BAITA CORPO MOLE por não ter ido atrás dos seus joguinhos de PS2 em plena madrugada de domingo.

E sabem qual é a coisa mais IMBECIL disso tudo?

É que eu realmente fui dormir me sentindo CULPADO!